quarta-feira, outubro 23, 2013

O MESTRE MAÇOM PERANTE A LOJA

O Mestre Maçom perante a Loja




No meu entendimento, o termo que mais bem ilustra o que deve ser o Mestre Maçom perante a Loja é "disponível".

Disponível para exercer os ofícios para que seja designado.  Previamente a isso, disponível para aprender os deveres dos ofícios que deve exercer. Durante esse exercício, disponível para detetar, preparar e executar a melhor forma de exercer o seu ofício. Sempre disponível para entender que o exercício de qualquer ofício em Loja - incluindo o de Venerável Mestre; particularmente o de Venerável Mestre - não constitui o exercício de um qualquer Poder, mas tão só um serviço, o cumprimento do dever de cooperar na administração da Oficina. Disponível para, cessado o período de exercício do ofício, deixar ao seu sucessor tudo o que a ele é inerente pelo menos em tão boas condições como as que recebeu - preferentemente, em melhores condições. 

Disponível para ensinar e aprender. Disponível para preparar e apresentar pranchas na Oficina. Não será pedir muito a um Mestre Maçom que, pelo menos de dois em dois anos, tenha uma prancha traçada pronta para ser exibida perante a sua Oficina - e se todos os Mestres da Loja assim procederem, seguramente em todas as sessões de Loja haverá trabalhos apresentados. Disponível para ouvir os trabalhos dos demais e sobre eles ponderar e deles aproveitar o que lhe seja útil. Disponível para debater, trocar opiniões, não para "ganhar discussões" mas para extrair de diferentes conceções os pontos de convergência, as pontes de ligação, os denominadores comuns, os patamares que permitam as evoluções das posições expostas, os consensos atingíveis.

Disponível para as tarefas e projetos e iniciativas que a Oficina leve a cabo. Para auxiliar na execução das muitas boas ideias que surgem, independentemente de quem as tem.

Sobretudo disponível para estar presente, não só fisicamente, mas com toda a sua diligência e atenção - porque só assim será verdadeiramente útil à Loja e verdadeiramente a Loja lhe será útil a ele.

Finalmente, também disponível para, estando presente e pronto para o que preciso for, nunca impor, nem a presença nem a disponibilidade, deixando que naturalmente todos contribuam para todos. O Mestre Maçom integra, faz parte de uma Loja, não é "dono" nem "mentor", nem colonizador da sua Loja. Tão importante como estar disponível para a sua Loja é ter a noção e o equilíbrio de que os demais também estão e que uma Loja saudável recebe os contributos de todos, não só de alguns mais assertivos em fazê-lo. Há um tempo para fazer e um tempo para descansar e deixar que os demais também façam. Numa Loja equilibrada, não há "estrelas" nem "seguidores", todos são "primas donas" e todos são "carregadores do piano" - a vez de ser uma ou outra coisa chega a todos e deve ser por todos bem acolhida. O Mestre Maçom que verdadeiramente o é tem a clara noção de que a Loja deve ter todos disponíveis, mas ninguém insubstituível - o cemitério, esse sim, é que está cheio de insubstituíveis... e a vida continua...

Em suma, disponível para entender e praticar que integrar uma Loja maçónica é dar e receber. E, portanto, que se impõe estar sempre disponível para dar ao grupo a colaboração, a atividade, a solidariedade, a atenção, o tempo, o esforço, que o grupo necessita e merece que se lhe dê, mas também saber estar disponível para receber do grupo e de todos os demais que o integram a ajuda, os ensinamentos, as críticas, as opiniões, as sugestões, os contributos que o ajudarão a conseguir ser um pouco melhor. Ao contribuir para a Loja, para o grupo, está a juntar-lhe algo que fará do todo um grupo melhor. Quanto melhor for o grupo, dele mais e com mais qualidade receberá e aproveitará. E indivíduo e grupo mutuamente se vão fortalecendo, vão progredindo, vão melhorando, num virtuoso ciclo que só depende de um pouco do esforço e da contribuição de cada um.   

Dar e receber. Estar disponível para ambas as ações. É, afinal, tão simples ser maçom...

Rui Bandeira


O ESCRIBA



O Escriba

O escriba profissional era uma importante figura nos vários aspectos da administração do antigo Egito — civil, militar e religioso. A maioria dos egípcios não sabia ler e escrever e quando uma pessoa iletrada precisava redigir ou ler um documento, via-se obrigada a pagar o serviço de um escriba. Cerca de 12 anos eram necessários para que alguém estivesse em condições de ler e escrever os cerca de 700 hieróglifos que eram comumente usados no decorrer do Império Novo.

O escriba sentava-se de pernas cruzadas e esticava o saiote feito de linho com os joelhos, de maneira a formar uma superfície plana sobre a qual pudesse escrever. Segurava o cilindro de papiro com a mão esquerda e, se estivesse escrevendo em colunas verticais, principiava a escrita na extrema direita do rolo e ia acrescentando coluna após coluna à medida em que o desenrolava. Outro método era empregado para escrever em linhas horizontais. Nesse caso ele escrevia a primeira linha no tamanho que lhe aprouvesse e, a seguir, as demais linhas da mesma dimensão, até chegar ao pé da página. Então, desenrolava mais um pedaço do papiro e redigia a página seguinte da mesma forma, mas não necessariamente da mesma largura.
As cores básicas da tinta usada eram o preto para o texto e o vermelho para marcar inícios de parágrafos ou capítulos. Outras cores como o branco, o verde, o azul ou o amarelo podiam ser empregadas, mas apenas para as vinhetas ornamentais e não para o texto em si.

A educação desses homens, feita geralmente em escolas pertencentes aos grandes templos, era bastante austera e, na maioria dos casos, lhes impunha um código moral elevado e bem intencionado.

Na imagem, o Escriba de Louvre, encontrado nas imediações de Saqqara, pertencente a IV Dinastia, e um poema que fiz em homenagem a estes que nos legaram tudo o que conhecemos sobre o Antigo Egito.

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