O Big Bang não existiu?
Uma nova
equação prevê que o Universo não teve começo - e não terá fim.
A NEBULOSA HELIX (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
A teoria mais aceita hoje é que o
Universo teve um início : o Big Bang, a explosão de um ponto infinitamente denso,
uma singularidade. A partir dessa explosão, teria havido uma expansão e o
resultado seria o Universo atual. Essa teoria é baseada na relatividade geral,
proposta por Einstein.
No entanto um novo modelo, que mistura
correções quânticas na teoria de Einstein, sugere que não houve Big Bang. E
que, na verdade, o Universo não começou: ele sempre existiu.
"A singularidade do Big Bang é um
problema para a relatividade, porque as leis da física já não fazem sentido pra
ela", afirma Ahmed Farag Ali, pesquisador da Universidade Benha, no Egito.
Ele e o coautor Saurya Das, da Universidade de Lethbridge, em Alberta, no
Canadá, mostraram que esse problema pode ser resolvido se acreditarmos em um
novo modelo, no qual o Universo não teve começo - e não terá fim.
Os físicos esclarecem que o que eles
fizeram não foi simplesmente eliminar a singularidade do Big Bang. Eles se
basearam no trabalho de David Bohm, físico que, nos anos 1950, explorou o que
acontecia se substituíssemos a trajetória mais curta entre dois pontos numa
superfície curva por trajetórias quânticas. No seu estudo, Ali e Das aplicaram
as trajetórias Bohminanas a uma equação que explica a expansão do universo
dentro do contexto da relatividade geral. Com isso o modelo contém elementos da
teoria quântica e da relatividade geral. Os pesquisadores esperam, com isso,
que seu modelo se mantenha mesmo quando uma teoria completa da gravitação
quântica for formulada.
Mas então o Universo não teve nem
começo e nem fim? Com o modelo, os físicos estabelecem que o Universo tem um
tamanho finito - e, com isso, podem dar a ele idade infinita, o que combina com
nossas medições de constantes cosmológicas e de densidade.
O modelo descreve o Universo como
preenchido com fluido quântico, que seria composto de gravitons, partículas
hipotéticas que mediam a força da gravidade. Se eles existem, eles teriam um
papel essencial na teoria da gravitação quântica. Agora os físicos pretendem
analisar perturbações anistrópicas no Universo, elevando emc onsideração a
matéria escura e a energia escura, mas eles acreditam que os próximos cálculos
não afetarão os resultados atuais. "É satisfatório saber que essas
correções podem resolver tantos problemas de uma vez", afirmou Das.