Profano e Sagrado
Todos nós sabemos que a Maçonaria é uma
Instituição Iniciática e, como tal, ao serem iniciados nos mistérios da Ordem
seus membros são diferenciados dos não-iniciados pelo nome genérico de
profanos.
O termo “profano” é mais empregado no
campo religioso e se refere exatamente a “aquele que não pertence à religião”,
aquele que é contrário às coisas sagradas e também pode ser definido como
aquilo que não é sagrado, que é secular ou leigo.Mutatis mutandis – na
maçonaria, a situação é a mesma, também é considerado profano aquele que ainda
não foi iniciado. Pro = antes; fanun = sagrado, portanto, o profano é uma
pessoa que ainda não foi “sagrada”, isto é, aquele que ainda não foi iniciado.
Guardadas as devidas proporções, o maçom,
por sua vez, é uma pessoa que foi sagrada ou consagrada em uma cerimônia
ritualística e iniciática e, a partir do momento que ele foi INICIADO, não pode
mais ser considerado um profano, ainda que um dia resolva se afastar da Ordem.
Portanto, os adjetivos SAGRADO e INICIADO,
aqui se confundem, já que a cerimônia iniciática está consubstanciada ao termo
sagração.
Quando me refiro ao termo
“sagrado”, não significa tornar-se santo ou sagrado como nas cerimônias
religiosas. A palavra “sagrar” traz em seu bojo, o mesmo que “consagrar”,
conferir a dignidade de um grau ou de um cargo, muito comum na coroação da
realeza e nas Ordens de Cavalaria da Idade Média, embora a Igreja se utilize
desta mesma expressão com sentido religioso, como exaltação, louvor ou
elogio.No templo maçônico, depois de construído e inaugurado, é
tradição proceder-se a cerimônia de “sagração”, essa cerimônia leva o
nome especifico de Sessão de Sagração do Templo. Cerimônia que geralmente
é presidida pelo Eminente Grão-Mestre em noite de gala, também chamada de
Sessão Magna de Sagração do Templo ou Sagração do Estandarte da loja. Segundo
alguns ritualistas, é a primeira cerimônia litúrgica para que um templo possa
funcionar maçonicamente. Somente após a sagração, pode a loja realizar suas
sessões.
Portanto, quando um templo maçônico for
concluído; quando a construção material for acabada, é preciso que ele seja
também consagrado, para que nele possam ser instaladas as lojas, onde se
executarão os rituais de iniciação. Embora os templos religiosos de maneira geral,
também sejam consagrados; embora os membros de uma religião também sejam
iniciados por meio do batismo e outras cerimônias religiosas, a diferença
essencial entre o profano e o iniciado na maçonaria é que o maçom revela
possuir um conhecimento que não é comum de se aprender em bancos escolares,
senão por uma via mística que o conduz ao que está oculto.
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