quinta-feira, julho 04, 2013

A OBRIGATORIEDADE DO “TRAJE MAÇÔNICO”

A OBRIGATORIEDADE DO “TRAJE MAÇÔNICO
                                 Nossa liberdade de opinião (Const. Art. 44, “h”)
                                                                                                                      Rhomeu Elen Gomes e Barros



Tendo em vista que a cor negra nas vestes não é apropriada pelo esoterismo, porquanto é ela simbolicamente a tristeza, o cáos, a dor, o nada, temos certeza, também não é apropriada pelo simbolismo dos três primeiros graus do rito escocês.

Gostaríamos que alguém nos demonstrasse ser o negro uma das cores adotada pela maçonaria, entretanto, não haverá quem nos demonstre, porque nunca existiu tal adoção.

Vejam só, sabemos ser o grau de Mestre  um grau novo -  NÃO EXISTIA -  foi criado pela maçonaria moderna ou especulativa, sendo certo, no entanto, em literatura do século XIX (Satán e Cia, de Pablo Rosén), não se encontram gravuras nem fotografias de maçons usando trajes negros, embora já se praticasse a maçonaria moderna.

O outro lado da questão é que a nossa Instituição não admite em seus templos quaisquer espécies de sectarismo, religioso ou político. Recebe, sim, em seus quadros homens livres e de bons costumes, de qualquer religião e de qualquer ideologia política.

Ora, todo mundo sabe que o traje negro e o chapéu da mesma cor é tradição judaica ortodoxa, de modo que é o traje dos rabinos.

A maçonaria escocesa tem todas as suas lendas fundamentais baseadas nas Sagradas Escrituras nas quais o Velho Testamento, fundamentalmente, narra a história do povo de Israel, sendo de ressaltar que a maioria dos livros que as compõem foram escritos por autores judeus.  Portanto, podemos, livres de qualquer preconceito, de qualquer insinuação graciosa de anti-semitismo, sustentarmos que o traje negro contraria um dos princípios fundamentais da nossa Ordem por ser tradição do judaísmo ortodoxo.

A realidade é que seria até hilariante que os maçons cristãos usassem sobre suas vestes um vistoso crucifixo durante os trabalhos da loja, diriam – COM CERTEZA - os budistas, os xintoístas, os muçulmanos e outros: “NÃO NOS É PERMITIDO O SECTARISMO RELIGIOSO” 

O fato é que o “traje maçônico” como atualmente é tratado o terno preto, foi introduzido em caráter obrigatório em 1993, pela GLMERJ, na primeira gestão do nosso ex-irmão Luiz Zveiter no grão-mestrado e parece-nos que daí em diante esse mau costume se arraigou.

Antigamente todas as autoridades intelectuais, civis e Militares eram Maçons; ao passo que hoje temos alguns Oficiais das Forças Armadas, alguns Magistrados, alguns portadores de diplomas superiores e, é só. Foram-se, lamentavelmente, os tempos áureos das grandes personalidades abrilhantando as nossas colunas. Assim o que se pode esperar de nossa instituição se não fizermos esforços para aperfeiçoá-la com a modernidade, evitando-se os incompatíveis costumes vetustos com a época atual, assim como os modernamente introduzidos ? É o caso do traje passeio preto, do chapéu disforme e das qualidades daqueles que devam dirigir a Instituição

Ninguém ignora que, vivemos numa das mais quentes regiões do País, onde deveríamos usar roupas claras, até mesmo por questões de higiene e saúde. E, a propósito, lembremo-nos do “banho de suor” a que nos submetemos no dia da inauguração do Templo provisório da GLSRJ, situado na Avenida dos Bandeirantes, nº. 1.212. Houve Irmão que teve de ser socorrido por médico (Ir.´. Dr. Raul Grenhald Garcia), pois não agüentou o grande calor sentido durante os trabalhos.  Foi um dia de muito calor e todos trajavam terno preto.

Assim, parece-nos, data venia”, um contra-senso tal obrigatoriedade, especialmente porque um traje passeio de cor sóbria – Como sempre foi admitido na Maçonaria – é também um traje maçônico, pois decente, elegante e mais apropriado ao nosso clima tropical.

Fiquei muito animado com a minha luta contra o péssimo costume do uso obrigatório do “traje maçônico” ao tomar conhecimento do último artigo escrito pelo nosso saudoso Irmão José Castellani, publicado em “A Trolha” nº 217, novembro de 2004, páginas 28 a 31, com o título “Traje maçônico? O que é isso?”, no qual sustenta que... traje maçônico mesmo é o Avental, sem o qual o Obreiro é considerado nu.” E mais adiante reafirma: “ ...Que fique bem claro, portanto, que traje maçônico é o Avental, mas que, sob ele, deverá haver uma roupa decente e sóbria...” A nosso ver deveria imperar em nossos costumes a LIBERDADE, admitindo-se o uso de roupas sóbrias INCLUSIVE o famigerado “traje maçônico”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog