A OBRIGATORIEDADE DO “TRAJE MAÇÔNICO”
Nossa
liberdade de opinião (Const. Art. 44, “h”)
Rhomeu Elen Gomes e
Barros
Tendo em vista que a cor
negra nas vestes não é apropriada pelo esoterismo, porquanto é ela
simbolicamente a tristeza, o cáos, a dor, o nada, temos certeza, também não é
apropriada pelo simbolismo dos três primeiros graus do rito escocês.
Gostaríamos que alguém nos demonstrasse ser o negro uma das
cores adotada pela maçonaria, entretanto, não haverá quem nos demonstre, porque
nunca existiu tal adoção.
Vejam só, sabemos ser o grau de Mestre um grau novo - NÃO EXISTIA - foi criado pela maçonaria moderna ou
especulativa, sendo certo, no entanto, em literatura do século XIX (Satán e
Cia, de Pablo Rosén), não se encontram gravuras nem fotografias de maçons
usando trajes negros, embora já se praticasse a maçonaria moderna.
O outro lado da questão é que a nossa Instituição não
admite em seus templos quaisquer espécies de sectarismo, religioso ou político.
Recebe, sim, em seus quadros homens livres e de bons costumes, de qualquer
religião e de qualquer ideologia política.
Ora, todo mundo sabe que o traje negro e o chapéu da mesma
cor é tradição judaica ortodoxa, de modo que é o traje dos rabinos.
A maçonaria escocesa tem todas as suas lendas fundamentais
baseadas nas Sagradas Escrituras nas quais o Velho Testamento, fundamentalmente,
narra a história do povo de Israel, sendo de ressaltar que a maioria dos livros
que as compõem foram escritos por autores judeus. Portanto, podemos, livres de qualquer
preconceito, de qualquer insinuação graciosa de anti-semitismo, sustentarmos
que o traje negro contraria um dos princípios fundamentais da nossa Ordem por
ser tradição do judaísmo ortodoxo.
A realidade é que seria até hilariante que os maçons
cristãos usassem sobre suas vestes um vistoso crucifixo durante os trabalhos da
loja, diriam – COM CERTEZA - os budistas, os xintoístas, os muçulmanos e
outros: “NÃO NOS É PERMITIDO O SECTARISMO RELIGIOSO”
O fato é que o “traje maçônico” como atualmente é tratado o
terno preto, foi introduzido em caráter obrigatório em 1993, pela GLMERJ, na
primeira gestão do nosso ex-irmão Luiz Zveiter no grão-mestrado e parece-nos
que daí em diante esse mau costume se arraigou.
Antigamente todas as autoridades intelectuais, civis e
Militares eram Maçons; ao passo que hoje temos alguns Oficiais das Forças
Armadas, alguns Magistrados, alguns portadores de diplomas superiores e, é só.
Foram-se, lamentavelmente, os tempos áureos das grandes personalidades
abrilhantando as nossas colunas. Assim o que se pode esperar de nossa
instituição se não fizermos esforços para aperfeiçoá-la com a modernidade,
evitando-se os incompatíveis costumes vetustos com a época atual, assim como os
modernamente introduzidos ? É o caso do traje passeio preto, do chapéu disforme
e das qualidades daqueles que devam dirigir a Instituição
Ninguém
ignora que, vivemos numa das mais quentes regiões do País, onde deveríamos usar
roupas claras, até mesmo por questões de higiene e saúde. E, a propósito,
lembremo-nos do “banho de suor” a que nos submetemos no dia da inauguração do
Templo provisório da GLSRJ, situado na Avenida dos Bandeirantes, nº. 1.212.
Houve Irmão que teve de ser socorrido por médico (Ir.´. Dr. Raul Grenhald
Garcia), pois não agüentou o grande calor sentido durante os trabalhos. Foi um dia de muito calor e todos trajavam terno
preto.
Assim,
parece-nos, “data venia”, um contra-senso tal obrigatoriedade,
especialmente porque um traje passeio de cor sóbria – Como sempre foi admitido
na Maçonaria – é também um traje maçônico, pois decente, elegante e mais
apropriado ao nosso clima tropical.
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